O comunismo soviético, para muita gente, ainda carrega um ar quase místico. Há quem o veja como uma tentativa heroica de mudar o mundo, e há quem o trate como um dos capítulos mais sombrios da história moderna. Mas entre ideais e realidades, entre o que se dizia e o que realmente se fazia, mora uma distância que muitos preferem não enxergar. É exatamente essa distância que o livro “A Mitologia Soviética” escancara — com coragem, documentos históricos e uma escrita que bate de frente com os dogmas vermelhos ainda hoje venerados por muitos.
Se você gosta de história com H maiúsculo, sem panos quentes e sem apego ideológico, esta leitura é uma provocação necessária. Eu, como colecionador de livros e alguém que já devorou tudo sobre a história do século XX, posso dizer com tranquilidade: esse livro não é só mais uma crítica ao comunismo — é uma dissecação brutal da narrativa construída com tanto zelo pelo regime soviético.
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Os deuses do Olimpo vermelho
O autor propõe uma analogia que, de cara, me fisgou: assim como a Grécia teve Homero e Hesíodo para construir sua mitologia, a União Soviética teve Lenin e Stálin. Eles não apenas lideraram um regime; criaram lendas. O problema é que essas lendas, sustentadas por propaganda e medo, serviram para encobrir algumas das maiores atrocidades do século passado.
O livro não economiza munição. Ele desconstrói, uma a uma, as três colunas da “santíssima trindade comunista”: o suposto apoio popular na Revolução Russa de 1917, a Guerra Civil (e a narrativa de que o Ocidente quis destruir a revolução desde o início), e o sempre desconfortável Pacto Nazi-Soviético de 1939 — aquele acordo com Hitler que muita gente de esquerda até hoje evita comentar.

O mito do apoio popular
Aqui o autor nos convida a parar de repetir slogans e olhar os fatos. A Revolução Russa, segundo os documentos apresentados, está longe de ter sido um movimento amplamente apoiado pela população. O que houve foi uma pequena vanguarda armada, liderada pelos bolcheviques, que se aproveitou do caos da Primeira Guerra Mundial e do colapso do czarismo para tomar o poder. Não foi um levante popular épico; foi um golpe bem executado com forte apoio de milícias e oportunismo político. Isso está claro nos registros da época — e o livro os traz com riqueza.
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Guerra Civil e intervenção: o bode expiatório perfeito
Outro ponto desconstruído com precisão é a ideia de que a Guerra Civil Russa (1917–1922) foi causada apenas pela interferência maligna do Ocidente capitalista. Essa narrativa foi usada durante décadas para justificar a repressão interna e a construção de um Estado policial. Mas o livro mostra que, na verdade, a repressão bolchevique começou antes das maiores intervenções externas — e que muito da violência foi dirigida não a “invasores imperialistas”, mas ao próprio povo russo: camponeses, trabalhadores, minorias étnicas.
A história contada pelos bolcheviques serviu como um escudo conveniente para justificar o terror vermelho, os campos de trabalhos forçados e o uso sistemático da fome como arma.
O pacto com o diabo
E então chegamos à cereja do bolo: o Pacto Molotov-Ribbentrop. Durante décadas, essa aliança entre a URSS e a Alemanha nazista foi varrida para debaixo do tapete pelos defensores do comunismo. Mas o livro traz documentos oficiais, discursos arquivados e uma análise fria para mostrar que sim: o regime de Stálin assinou um tratado com Hitler que incluía cláusulas secretas para dividir a Europa Oriental.
Isso não foi um acidente histórico, nem uma jogada de sobrevivência. Foi um cálculo político feito às custas de milhões de vidas. A Polônia, por exemplo, foi invadida ao mesmo tempo por nazistas e soviéticos — uma história que muitos esquecem convenientemente.
História sem filtro
O que me chamou atenção neste livro não foi só o conteúdo, mas a forma. O autor não tenta parecer neutro — e isso é uma virtude. Ele se posiciona, mostra indignação, e ainda assim oferece provas, fontes primárias, estudos de peso e uma bibliografia que deixa claro: não estamos lendo um panfleto, mas um trabalho sério e necessário.
Se você espera encontrar uma defesa do liberalismo ou uma ode ao capitalismo, vai se decepcionar. O foco aqui não é exaltar o outro lado, mas sim mostrar como a mentira foi transformada em doutrina dentro do regime soviético — e como isso ainda afeta o debate político atual. Porque, sejamos honestos, tem muita gente por aí repetindo os mesmos mitos, com convicção de fanático.
Por que você deveria ler
Ler “A Mitologia Soviética” é como tirar as lentes cor-de-rosa e encarar o século XX de frente. É um livro que incomoda, que desafia certezas, que não se encaixa em caixinhas ideológicas. E isso, num tempo de narrativas prontas e polarizações histéricas, é um baita respiro.
É uma leitura essencial para quem quer entender como regimes autoritários constroem seus próprios evangelhos — e como esses evangelhos, mesmo depois da queda dos impérios, continuam sendo rezados por fiéis que se recusam a ver os fatos.
Se você coleciona livros como eu, especialmente livros que te fazem pensar, repensar e às vezes até ficar bravo com o autor — então você precisa ter este aqui na estante.
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Garanto que será uma leitura que vai te tirar da zona de conforto — e isso, na minha opinião, é a melhor coisa que um livro pode fazer.